Especialistas indicam que, com o levantamento das restrições e a ligeira recuperação da economia angolana, inicia-se uma nova fase no ciclo de vida do imobiliário. Os preços de venda estão estagnados em todas as tipologias, a falta de consumidores é a grande razão da recessão no sector.
Creditos: Jornal Expansão
O mercado imobiliário em Angola, à semelhança dos últimos sete anos, esteve parado em 2021, sobretudo no que toca às vendas em todos os segmentos imobiliários e em todas as zonas da capital, Luanda. Já o arrendamento está a animar o mercado, indicam os dados do relatório imobiliário da consultora Abacus, referente ao ano de 2021, publicado recentemente.
A estagnação do mercado de vendas é justificada com a falta de financiamentos, limitações financeiras dos utilizadores e a falta de investimento directo estrangeiro, sobretudo no sector petrolífero, que tem gerado um fluxo de utilizadores das tipologias T1 e T2, sobretudo na grande Luanda. Os preços em dólares de apartamentos e escritórios, quer nas vendas ou arrendamentos, no centro da capital, continuam em queda desde 2017, de acordo com cálculos do Expansão com base nos dados do relatório sobre o mercado imobiliário angolano, publicado pela Abacus, um estudo que analisa três zonas de referência, concretamente Luanda (centro), Talatona e Zona Norte.
O centro de Luanda continua com os preços de venda altos, ou seja, um apartamento T3 com 300 metros quadrados, na grande Luanda, como é denominada a área nobre da cidade capital, nomeadamente a marginal, Maianga e Ingombota, chega a custar, em média, 1.500.000 USD, em 2021, enquanto no ano anterior, a mesma tipologia valia em média 1.260.000 USD. Enquanto as vendas estagnaram, os arrendamentos estão a "aquecer" o mercado, avança Cléber Correa, presidente da API[1]MA. De acordo com as contas do Expansão, embora os arrendamentos sejam mensais, há uma valorização de 40%, por metro quadrado, nos apartamentos novos da tipologia T3. Os consultores indicam no relatório que, com a actual realidade no mundo, e enquanto não se verificar a vacinação massiva da população, bem como um importante investimento directo estrangeiro (Ide), não são esperadas alterações significativas.
Tudo poderá mudar confirmando-se o esperado Investimento Petrolífero, o que poderá trazer mais expatriados que muitas vezes procuram o segmento prime nas tipologias T1 e T2. A Abacus garante que a procura residencial que existia por novos edifícios e projectos na cida[1]de de Luanda e Talatona era composta essencialmente por utilizadores finais, ou seja o mercado local, no caso das tipologias maiores, T3 a T5, e o mercado de investidores privado, para responder essencialmente ao emergente mercado de arrendamento de expatriados, no caso das tipologias mais pequenas, T1 e T2.
Olhando para o actual ambiente económico e político, os utilizadores finais ou os investidores privados não se querem expor, o que denota muito pessimismo no sector do imobiliário, em particular. Os investidores privados, indica a consultora, também foram fortemente afectados nos retornos que esperavam, em especial aqueles que possam ter recorrido a financiamento bancário, em resultado de uma significativa redução da procura especialmente nas Tipo[1]ogias T1 e T2, provocando assim significativas reduções nas rendas. Esta avaliação faz crer que o mercado imobiliário está parado e só com o aumento do investimento petrolífero haverá procura pelos segmentos acima indicados.
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